Em tempos onde buscamos cada vez mais diversificar nossa matriz energética de forma sustentável, uma das primeiras ideias que vem em mente são os painéis fotovoltaicos para a geração de energia elétrica. Entretanto, você sabia que há a possibilidade de aquecermos a nossa água através de painéis solares térmicos?

Basicamente, o sistema solar térmico, também denominado fototérmico ou termossolar, serve para o aquecimento de um líquido utilizando placas solares térmicas ou tubos a vácuo com a finalidade de captarmos a energia provinda do Sol para então transferirmos o calor para o líquido de interesse. Dessa forma, o fluido aquecido é armazenado em depósitos térmicos, comumente chamados de boilers. Com o intuito de exemplificarmos o assunto, temos o aquecimento d’água para residências como a utilização mais conhecida para esse sistema. 

Na finalidade de não haver equívoco, entendemos que a principal diferença entre o sistema solar elétrico e solar térmico é a placa fotovoltaica gerar eletricidade e a termossolar não. Soma-se a isso, o fato de os painéis solares térmicos, atualmente, serem mais eficientes que os solares fotovoltaicos, visto que as ondas de calor transportam mais energia do que a luz solar, não havendo ainda nenhum processo de transformação em eletricidade. Ainda assim, os painéis térmicos são mais baratos, possuindo um período de retorno de investimento menor comparado aos fotovoltaicos.

Um dos inúmeros benefícios que podemos citar sobre a utilização dos painéis fototérmicos é o fato de auxiliar sustentavelmente na descarbonização do sistema energético. Dessa forma, o fato de exigir pouca ou nenhuma manutenção faz com que, possivelmente, a única despesa que o cliente terá é o custo de instalação. Sobre estatísticas, o sistema solar térmico proporciona uma economia de, aproximadamente, 10% nas contas de energia elétrica, sendo a economia diretamente proporcional ao aumento da tarifa. 

Quanto aos desafios de implementação do sistema, observamos a perda de eficiência em situações climáticas adversas, como climas frios e vento forte. Somando-se a esta perda o fato de que em lugares com muita poluição, pelo depósito de partículas nos painéis, tem-se dificuldade com a obtenção da máxima captação da radiação solar que, em ambientes favoráveis, consegue converter aproximadamente 90% da energia solar em calor.

Apesar de o Brasil ter ocupado o 5º lugar no ranking mundial dos coletores solares para aquecimento da água, segundo o relatório de capacidade total da Agência Internacional de Energia de 2015, muitos brasileiros não conhecem esse sistema, mesmo com incentivos federais através de desconto do IPTU, para aqueles que possuírem e utilizarem o equipamento, e leis de implementação em condomínios/casas populares no Estado. Entende-se que a falta de propaganda efetiva e a dificuldade do cidadão em vislumbrar os benefícios dos investimentos a longo prazo, são alguns dos motivos que comprometem a expansão desse ramo no território nacional. Por fim, a carência de empreendedores, de divulgação e de participação da população corroboram para a não evolução e difusão dos painéis de energia solar térmica no Brasil.