A matriz elétrica é composta pelo conjunto de fontes disponíveis apenas para a geração de energia elétrica em um país, estado ou no mundo. No Brasil, por exemplo, as principais fontes são hidrelétrica, gás natural, eólica, biomassa, carvão, nuclear, derivados de petróleo e solar. Realizando um estudo sobre a matriz elétrica do estado do Rio Grande do Sul, percebem-se certas semelhanças com a matriz nacional, bem como possíveis soluções para os problemas atuais do país. Analisando o passado e presente da situação elétrica do estado, é possível também visualizar os prováveis rumos que os investimentos tomarão no futuro

Considerando que o estado representa a sexta maior população do Brasil, o Rio Grande de Sul possui uma grande demanda de eletricidade. De acordo com a edição de 2017 do Atlas Socioeconômico do Rio Grande do Sul, mais da metade da matriz elétrica gaúcha é proveniente da fonte hídrica, que gera 57% de toda a energia elétrica produzida no estado. Em seguida, compondo 24% da matriz temos as termelétricas – divididas em carvão, gás natural e biomassa. Graças ao perfil climático do RS, vemos também o crescimento da exploração da fonte eólica, que acaba por movimentar a economia das regiões com tais características favoráveis. Além disso, temos as usinas fotovoltaicas, responsáveis pela menor parcela dessa matriz, segundo os dados de 2017. Já em 2018, ocorreu um crescimento significativo na exploração dessa fonte, de tal maneira que hoje o Rio Grande do Sul conta com a segunda maior produção de energia solar do país e com um futuro muito promissor para área, já que a região sul do país possui uma irradiação global média de 5,2 Kwh/m². Com isso, é esperado por diversos especialistas que o ramo cresça numerosamente no futuro.

A Configuração da Matriz Elétrica Gaúcha: Principais Fontes

Mais da metade da matriz energética gaúcha é proveniente das 24 hidrelétricas instaladas no território. Os principais sistemas são o Sistema Jacuí, com 838,7 MW de potência instalada e o Sistema Salto, com potência instalada de 71,2 MW. Segundo a engenheira florestal Silvia Pagel, da Fundação Estadual de Proteção Ambiental – Fepam-RS: “Se considerarmos a água um recurso natural renovável e que o impacto ambiental é bem menor que o de fontes não renováveis, as hidrelétricas podem ser consideradas como produtoras de energia limpa”. Entretanto, não podemos desconsiderar os impactos socioambientais dessas instalações, Silvia destaca as alterações no regime hidrológico, nos ecossistemas e nas regiões ocupadas com a realocação da população causadas pela perda de seu território, acrescenta ainda que as mudanças provocadas pelas hidrelétricas e barragens no Rio Grande do Sul causam alterações no microclima da região – regime de ventos, temperatura e umidade. Além dos problemas socioambientais, a grande dependência dessa fonte causa instabilidade de geração, podemos ver as consequências disso na crise hídrica atual.

Seguindo a ordem decrescente de relevância na matriz, o Rio Grande do Sul é muito conhecido pela exploração do carvão, 90% das reservas de carvão do Brasil estão no RS, esse é o principal motivo que o estado está em segundo lugar na geração de energia por termelétricas a carvão, responsável por uma potência total de 884 MW nas  usinas – São Jerônimo, Candiota e Charqueadas. O primeiro lugar do pódio é ocupado pelo estado de SC, com 1007 MW. Na região Sul (RS), o empreendimento Candiota III foi o último projeto a entrar em operação comercial com potência instalada de 350 MW.  Segundo a ANEEL, no RS existem também atualmente usinas térmicas movidas à gás natural, óleo diesel, óleo combustível e térmicas movidas à biomassa proveniente de casca de arroz, licor negro, resíduos de madeira, biogás.

Paralelamente a isso, o Rio Grande do Sul mostra que vem investindo em energias renováveis de um modo geral, entre os anos de 2009 até 2017 foram investidos mais de 11 bilhões de reais apenas em energia eólica. A principal usina gaúcha é o Parque Ventos do Sul, localizado em Osório. Com isso, a geração da fonte baseada em aerogeradores – que no começo do século era extremamente baixa – hoje, é a terceira maior fonte de energia do estado. Dessa forma, é esperado que o investimento para os próximos anos cresça cada vez mais, já que o estado tem uma das maiores potências para energia eólica do país. 

O estado também tem acompanhado o movimento brasileiro de investimentos na área de energia fotovoltaica e aumentado a produção no setor, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), o RS aparece em segundo lugar no ranking nacional de potência instalada de sistemas fotovoltaicos, perdendo apenas para Minas Gerais. Em 2020, a potência instalada atingiu 500 MW. Comparando com os últimos anos, a energia solar fotovoltaica é a fonte alternativa que mais cresce no RS. Este crescimento pode ser explicado pelo alto interesse demonstrado pelos consumidores – por ser uma fonte renovável e economicamente vantajosa – além da boa localização do estado – bons níveis de irradiação solar e temperaturas amenas – que aumentam a eficiência dos sistemas fotovoltaicos. Hoje, mais de 90% dos 497 municípios gaúchos já contam com pelo menos um sistema solar fotovoltaico em funcionamento. “A tecnologia fotovoltaica é essencial para a recuperação da economia após a pandemia, sendo a fonte renovável que mais gera empregos no planeta”, conclui Rodrigo Sauaia, presidente executivo da ABSOLAR.

E o futuro da geração gaúcha? Para onde vão os investimentos?

De acordo com a presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Elbia Gannoum, o Rio Grande do Sul e o Nordeste apresentam as melhores condições para instalação de parques eólicos no país, devido aos fortes e constantes ventos nessas regiões. “Quando surgiu a tecnologia para aproveitar o vento, os custos de instalação eram pouco atrativos. Em 2017, porém, a eólica já foi considerada a fonte de energia mais barata do Brasil“, afirma Elbia. Sendo essa uma boa alternativa aos problemas que o Brasil enfrenta hoje, causados pela enorme dependência da fonte hídrica – mais de 65% da matriz total do país. As mudanças climáticas causam uma crise hídrica que diminui a oferta de energia gerada, e resultam em diversos problemas, dentre eles o aumento do preço da energia elétrica. A energia eólica está longe de assumir protagonismo na matriz brasileira, mas ajuda a compor a diversidade necessária para garantir a segurança energética, diminuindo o risco de apagões ou falta de energia. Exemplo desse crescimento foi o Complexo Eólico Pontal, em Viamão, inaugurado em agosto de 2017, com investimento de R$ 330 milhões da Enerplan. 

Além dos investimentos feitos nas energias renováveis, a CPFL, empresa que arrematou a CEEE (Companhia Estadual de Energia Elétrica),  prometeu investir até 2024, mais de 1,5 bilhões de reais na empresa, com a finalidade de melhorias internas e externas. Assim, é esperado que a geração e a transmissão do estado melhore para os próximos anos, evitando perdas desnecessárias nas redes e facilitando a distribuição de energia.

Por que esse estudo é importante?

Explorar o passado, o presente e o futuro da matriz elétrica gaúcha não diz respeito apenas ao estado do Rio Grande do Sul, mas também ao Brasil como um todo. Assim como o Brasil, o Rio Grande do Sul é extremamente dependente da fonte hídrica, o que configura um alto risco de problemas como mencionado anteriormente, entretanto, ao analisar os estados individualmente é possível encontrar fontes alternativas conforme cada região, diversificando assim a matriz do país e reduzindo riscos. Dessa forma, estudar a geração de energia elétrica do estado beneficia também o país e se torna ferramenta útil para resolução dos problemas relacionados à energia na atualidade brasileira.

Nutrindo este pensamento voltado para o futuro, a empresa Qualicoco entrou em contato com a Renova Jr almejando uma melhoria na sua conta de luz e também pensando no horizonte. Com isso, foi oferecido o serviço de tarifação, onde foi analisada a melhor maneira de otimizar o consumo de energia, evitando multas e desperdícios desnecessários. Dessa maneira foi possível uma economia de 32% na conta de energia para a Qualicoco, como também uma racionalização de energia. É uma tendência positiva das empresas buscarem recursos como aqueles oferecidos pela Renova Jr a fim de otimizar seu consumo, isso favorece diretamente o cenário econômico e energético do estado, bem como do país. Dito isso, é de suma importância que as empresas valorizem esse tipo de serviço, beneficiando a economia da empresa. De modo geral, a energia elétrica é o que move a indústria, otimizar esse recurso é a melhor maneira de garantir a otimização da produção e dos aspectos financeiros da empresa. Percebe-se, portanto, que a matriz elétrica gaúcha abrange diferentes fontes, e pode trazer algumas soluções para os problemas da matriz brasileira, auxiliando no estudo da especificidade de regiões e diversificando a matriz, o que garante segurança energética trazendo alternativas para reduzir o risco de apagões por todo o país. Embora grande parte da matriz elétrica do Rio Grande do Sul já seja proveniente de fontes renováveis, ainda há espaço para novos investimentos, para aproveitar o perfil climático do RS, já existem movimentos nesse sentido seguindo uma tendência que deverá ser hegemônica no mundo pós-pandemia e a tendência é explorar cada vez mais essas possibilidades.

Autores:  Julia Britto, Luís Henrique Machado e Matheus da Luz.

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